segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

7 Tiros.

7 tiros.
Saí de casa correndo como um louco,
Atropelando mendigos tresloucadamente,
Como os tais elefantes e pássaros do
Subcontinente indiano quando do Tsunami
(Quem se lembra?!).
Mas me esqueci, meio que querendo esquecer,
Meus sapatos, meus charutos, e algumas
Economias depositadas no bolso d’um
Paletó no meu antigo (?) armário, pois
POR DINHEIRO AS PESSOAS SEMPRE VOLTAM.
Saí correndo como um Forrest Gump
Tolo e temeroso, chutando pombos e com
Um rifle chamado DESTINO
Apontado para o céu, atirando em várias direções:
Verdadeiras balas perdidas...
O primeiro projétil acertou uma antiga paquera
(JÁ NÃO ERA SEM TEMPO!);
Ela mereceu, eu mais ainda.
O segundo, em bares e garrafas de vinho
Espalhados pela cidade de São Paulo;
BALAS PELA NOITE PAULISTANA! ÊBA!
Já o terceiro tiro teve que ser mais
Pragmático: casa nova,
A bala mais necessária para um projétil
SEM PROJETO!
O quarto tiro acertou em quatro mulheres d’uma
Só vez, numa espécie de fila indiana:
Percebi que tinha uma boa arma em mãos, afinal.
O quinto tiro disparei no Rio de Janeiro:
Da sacada de um apartamento em Santa Tereza,
A tal bala rechicoteou na
Baía de Guanabara, pegou o Aterro em direção
À Copacabana com seus fogos de ano novo,
O Arpoador com seu mirante e
Ipanema com o seu TODOTOTALIMAGÉTICO.
Bala perfeita, essa...
O Rio ainda foi palco do meu sexto tiro:
Uma tigresa com um coração galinha de leão,
Fina flor da feminilidade carioca.
Já o sétimo tiro não foi bem com balas,
Mas na balada, até as 7 da manhã.
7 tiros e
Pá, pá, pá, pá, pá, pá, pá!
...
São oito horas da manhã, e penso que quando eu voltar
A minha mira para as coisas e os charutos
Que deixei pra trás, terei que ter um
Cartucho extra de balas ou,
Como Hemingway,
Dar um adeus às armas,
Ainda que temporariamente.
Atirar cansa.
Ou não.

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